colheita_de_soja_united_soybean_boardA reação nos preços domésticos da soja, que ultrapassaram o nível de R$ 90 a saca em várias praças do Brasil, é reflexo do volume alto de exportações do País até o momento, da demanda chinesa aquecida e de uma safra menor do que a inicialmente esperada no Brasil e na Argentina, apontou o secretário geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos (Abiove), Fábio Trigueirinho, à Agência Estado. Em 2016, o Brasil já exportou 30,81 milhões de toneladas de soja, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

“A demanda da China tem sido boa por produto da América do Sul. Isso permitiu que o Brasil tivesse uma performance bastante expressiva na exportação até o fim de maio”, destacou Trigueirinho.

Ele ressaltou que as cotações também acompanharam a reação dos preços na Bolsa de Chicago (CBOT). “O preço no mercado mundial subiu, encostando em US$ 11 por bushel, com um conjunto de informações. A Argentina teve quebras de safra por excesso de chuva. No Brasil, ajustes têm sido feitos nas estimativas de produção – no começo, tinha gente falando em 100 milhões, 102 milhões de toneladas, e o mercado vem reduzindo isso.”

Trigueirinho ressaltou que essas questões de oferta e demanda fortaleceram os preços e elevaram a renda do produtor, o que deve contribuir para o desempenho do PIB agropecuário, porém, geram um custo maior para a cadeia consumidora. “A matéria-prima mais cara implica repassar na cadeia. A soja se movimenta, farelo e óleo vão junto também”, observou.

A Abiove elevou a sua previsão de divisas com a exportação do óleo de soja em 2016, de US$ 650 para US$ 680 por tonelada. “O mercado de óleo tem boa perspectiva, com a oferta de óleo de palma mais apertada, e a Malásia anunciando que vai aderir ao nível B10 para o biodiesel (mistura de 10% de biodiesel nos combustíveis). Não está sobrando óleo, e acabamos ajustando o preço”, avaliou.

Para farelo e óleo, a previsão de divisas com vendas externas foi mantida em US$ 350 e US$ 330 por tonelada. “Se olharmos o preço médio de exportação da soja até abril e maio, está bem alinhado com o que nós estamos trabalhando. Boa parte da soja foi vendida antecipadamente”, comentou Trigueirinho.

“Mas a gente vai acompanhar o mercado e ver como estão as posições de exportação para frente para ir formando uma ideia. No mês que vem, a previsão de preço de soja e farelo pode subir.”

Fonte: Globo Rural