
As importações brasileiras atingiram 135 mil toneladas em maio, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), acumulando 379 mil toneladas nos cinco primeiros meses deste ano.
Em apenas cinco meses, o Brasil já importou mais milho do que em todo o ano passado, quando as importações ficaram em 370 mil toneladas.
Por ora, o país ainda está no lucro com esse vaivém do cereal. Os dados da Secex indicam que as exportações de maio –um volume muito pequeno– foram feitas a US$ 186 por tonelada.
Já as importações chegaram ao país a US$ 167 por tonelada, em média. Mas os custos brasileiros tendem a subir, devido à menor oferta mundial do produto.
As importações de abril, por exemplo, haviam sido feitas a US$ 155 por tonelada.
O maior deficit de milho ocorre na região Sul, onde se concentram os principais produtores de carnes. Os três Estados importaram 110 mil toneladas no mês passado. O Paraná liderou com 64 mil.
Os paranaenses, aproveitando a melhor logística, foram os únicos a adquirir milho da Argentina e do Paraguai.
Os argentinos forneceram milho também para Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo. Já os produtores de carne de Santa Catarina buscaram o cereal no Paraguai.
Goiás e Minas Gerais também foram ao mercado argentino no mês passado, mas trouxeram apenas milho para semeadura.
Os números de exportação de milho indicam por que o país tem de ir ao mercado externo.
Nos últimos 12 meses – junho de 2015 a maio de 2016 –, o Brasil exportou 36 milhões de toneladas do cereal, um volume não esperado pelo mercado.
A aceleração das exportações se deve ao fato de o país elevar a produção de milho e à desvalorização do real. A alta do dólar tornou o produto brasileiro mais competitivo no mercado externo.
Além disso, a manutenção da safra brasileira próxima de 80 milhões de toneladas por ano deu fôlego às exportações.
As exportações dos cinco primeiros meses deste ano somam 12,2 milhões de toneladas, 138% mais do que em igual período do ano passado, conforme dados da Secex.
O cereal já rendeu US$ 2 bilhões para o país neste ano, 107% mais do que em 2015.
SOJA MANTÉM LIDERANÇA
As exportações de soja em grãos já somam 31 milhões de toneladas nos cinco primeiros meses deste ano, superando em 37% o volume de janeiro a maio de 2015.
As receitas, que ficaram em US$ 11 bilhões, superam em 25% as de igual período do ano passado.
A evolução das exportações de soja é tão intensa que a oleaginosa teve participação de 15% nas receitas totais das exportações de produtos básicos. No mesmo período do ano passado, a participação era de 12%.
As carnes também mantêm bom desempenho neste ano. Apesar da redução média dos preços, o aumento de volume permitiu a obtenção de US$ 4,65 bilhões com as três principais carnes, quando consideradas apenas as exportações de produto “in natura”.
Essas receitas superam em 5,5% as de janeiro a maio do ano passado.
Fonte: Folha de S. Paulo