Nos posts anteriores, acompanhamos o inoculante pela sua jornada desde a produção em laboratório até a aplicação na semente ou no sulco. Mas imagine se todas essas etapas foram seguidas corretamente e, no fim, uma operação mal realizada impeça o sucesso da inoculação. Assim como no manejo da cultura, deve-se atentar às condições de solo e climáticas para maximizar a eficiência da nodulação e fixação do N.
Vale lembrar que, por haver uma relação de simbiose entre a planta e a bactéria, tudo o que for positivo à planta também será à bactéria. Portanto, é essencial que o solo esteja corrigido e com balanço de nutrientes ideal para que a planta explore seu potencial produtivo e forneça carboidratos para o funcionamento da FBN. A acidez do solo também afeta diretamente as bactérias, provocando sua mortalidade.
Um solo compactado, além de impedir o pleno crescimento radicular e a infiltração de água, reduz a entrada do N atmosférico no solo e nos nódulos e causa menor expansão dos nódulos, reduzindo sua massa. A umidade do solo também é um fator importante, sendo totalmente contraindicado inocular “no seco”, pois a falta de água causa alta mortalidade das bactérias.
A presença de matéria orgânica, tanto no solo como sobre ele na forma de cobertura vegetal, é benéfica à nodulação e FBN. Trabalhos mostram que, sob condição de plantio direto, a nodulação é maior quando comparada ao plantio convencional. Não há apenas o fator direto, com a matéria orgânica favorecendo o desenvolvimento das bactérias, mas também o fator indireto, pois um solo coberto mantém uma temperatura menor que um descoberto, evitando a alta mortalidade dos rizóbios.
É importante também o controle de patógenos no solo, garantindo maior vantagem competitiva à bactéria inoculada. O solo possui diversos microrganismos, benéficos e maléficos, sendo essencial manter um balanço positivo aos benéficos.