A utilização de insumos biológicos tem crescido consideravelmente nos últimos anos no Brasil, impulsionada recentemente pela queda na demanda mundial dos fertilizantes causada pela guerra na Ucrânia, o que causou um grande aumento em seu preço. Segundo o site Canal Rural, expondo dados da ANPII, foram comercializadas 90 milhões de doses de inoculantes na última safra, sendo 90% delas para a soja.

Esses dados podem nos levar a duas reflexões. Primeiro, a simbiose da soja com o Bradyrhizobium já está consolidada e é conhecida por sua alta eficiência na fixação de nitrogênio. A grande maioria das áreas da leguminosa no país é inoculada com a bactéria e, segundo a reportagem citada anteriormente, representa uma economia de 14 bilhões de dólares com a substituição do uso de fertilizantes nitrogenados. Porém, hoje já se sabe que a coinoculação com Azospirillum potencializa esses ganhos de produtividade pelo efeito no maior crescimento radicular, e essa tecnologia ainda não é utilizada na maioria das áreas, podendo ser melhor explorada nas próximas safras.

Em segundo lugar, existem resultados positivos do uso de insumos biológicos em diversas outras culturas, seja pela produção de fitohormônios, solubilização de fósforo ou tolerância a patógenos. Podemos explorar ainda mais a promoção de crescimento de plantas pelos microrganismos e aumentar esses 10% de utilização em culturas como o milho, trigo, feijão, arroz etc. Nós da ANPII e as empresas associadas estamos buscando cada vez mais oferecer soluções econômicas e sustentáveis com a difusão do conhecimento sobre inoculantes e a produção de insumos benéficos à agricultura.